A Orquestra Sinfónica Camunga promoveu, na tarde de domingo, no Teatro Elinga, em Luanda, um concerto comemorativo do seu décimo aniversário, no qual em uma hora e meia Mestre Camunga, o regente da orquestra, dirigiu os instrumentistas com um reportório em que cruzou a música erudita e a popular.
Em palco os músicos mostraram o que têm aprendido ao longo dos anos com temas como “I Swear”, “Cartinha de Saudade”, de Jacinto Tchipa, “Monami” de Lourdes Van Dúnem, “Sodade”, “Adeus a hora da Largada”, “Muxima”, ao som do violino, “Azulula” de Gabriel Tchiema, e para o fecho reservaram “Ntoyo” e ” Tata Nketo”, dois temas de recolha trazidos para o meio urbano por Teta Lando a que a jovem orquestra deu um toque de música de câmara.
Rui Ramos, jornalista e amigo do projecto, em representação de uma equipa de voluntários que apoiam a Orquestra Sinfónica Camunga, realçou que esta obra tem feito um grande trabalho de inclusão social, tirando jovens e crianças da delinquência e assegurando-lhes pelo menos uma refeição quente por dia. Destacou, por outro lado, a parceria com o Elinga Teatro que está a preparar 20 formadores de teatro e o apoio de uma equipa que se tem solidarizado com esta causa.
Foi na sede da Orquestra Camunga que aconteceu o relançamento do Jornal Cultura de Artes e Letras, da Edições Novembro. O projecto começou em 2011 na Corimba, quando Malamba Camunga juntou cinco cri-anças para ensinar a tocar violino e desta forma realizar um sonho não realizado pelo seu pai.
Hoje, com mais de 500 integrantes no projecto, com vários grupos mais do que a música, a formação académica e aconselhamento psicológico constam das prioridades da Orquestra Sinfónica Camunga que ao longo desta década de existência afastou muitos jovens da delinquência. Têm o apoio da iniciativa ” “Um Livro, Uma Criança, Muitas Leituras” que aí montou uma biblioteca e este ano a historiadora Rosa Cruz e Silva ofereceu livros a mesma biblioteca e Rui Nobre Garção tem ministrado aulas de artes plásticas.